Diario economico de hoje:
http://economico.sapo.pt/noticias/playstation-e-xbox-em-risco-de-extincao_76209.html
As consolas de videojogos enfrentam, pela primeira vez, uma ameaça real de substituição. Pior que isso, por um sistema bem mais simples, mais prático e mais barato.
Todos os anos por esta altura, saem milhares de unidades das estantes das lojas direitinhas para debaixo da árvore. Este ano não será excepção e não é preciso pertencer ao ‘staff' do Pai Natal para adivinhar que esta é uma das prendas mais vezes inscrita nas listas de pedidos da época. Mas pode não ser assim por muito mais tempo e talvez seja esta a altura certa para começar a ponderar melhor o investimento. É que dentro em breve, as consolas, tal como as conhecemos, ameaçam tornar-se obsoletas. Um novo sistema ‘on-demand' vai permitir-lhe estar na sua sala, escolher o jogo que quiser, de qualquer consola, sem que para isso precise de mais do que um comando e um canal de televisão. Esta será a forma mais fácil, barata e diversificada de aceder aos jogos favoritos com o menor esforço possível. Acabou o botão On/Off.
O sistema Playcast é um novo avanço tecnológico que combina a conveniência do Vídeo on Demand e uma nova geração de jogabilidade difundida por cabo ou IPTV (Internet Protocol Television). Este sistema permite jogar sem o auxílio de uma consola ou a necessidade de comprar, fisicamente, os jogos.
"Precisamos ter em mente que, para o utilizador, é algo totalmente novo. Imagine assistir a um jogo de futebol num canal desportivo por cabo e ser capaz de desencadear uma versão de FIFA ou Pro Evolution Soccer com as mesmas equipas, com o toque de um botão. Com o nosso serviço livre de consolas e modelos de preços de custo eficaz, o nosso público-alvo vai muito além de todos os ‘hard-core gamers'", explica Alon Shtruzman, presidente de Media da Playcast.
A Playcast é empresa de capital de risco sediada no Reino Unido e em Israel. Shtruzman explica que o sistema vai oferecer uma selecção de jogos de vídeo das principais editoras como um canal de assinatura. "Vemo-nos como uma operação de televisão paga, em colaboração com companhias como a Virgin, a Sky, a BT no Reino Unido e a Cablevision na América, oferecendo jogos de vídeo on-demand, como parte do mix da televisão. O portal de jogos vai aparecer como um canal no EPG (electronic programme guide)". Alon revela que "qualquer jogo pode ser acedido através do Playcast. Uma vez que é baseado em vídeo podemos transmitir os mais avançados e pesados jogos, incluindo os títulos mais recentes".
Ao que parece tudo o que necessita é de um comando. O Playcast anuncia-se como uma tecnologia para jogar sem ter uma Playstation 3 ou Xbox 360. Não necessita descarregar os jogos como no serviço da GameTap, Steam ou Xbox Live. O servidor da Playcast converte, codifica e transmite jogos de alta gama em tempo real com fluxo MPEG (transmissões contínuas).
O maior problema técnico de jogos em ‘streaming' deve-se à latência, ou seja, o atraso entre premir um botão de um controlo remoto e algo acontecer no ecrã. Se estivermos a ver um filme, meio segundo pode ser aceitável mas nunca quando jogamos um jogo. O Playcast apregoa ter ultrapassado essa barreira utilizando algoritmos patenteados pela própria empresa, que reduzem drasticamente a latência inerente, mantendo a qualidade do vídeo semelhante às consolas e a formação de um padrão de transmissão contínua de MPEG e bitrates. "O Playcast representa um salto quântico para jogos on demand", diz Guy De Beer, CEO da empresa. "Enquanto os sistemas de televisão por cabo oferecem actualmente, na melhor das hipóteses, apenas jogos rudimentares, o Playcast marca o início de uma nova geração de distribuição de jogo. Finalmente, o espaço de televisão e jogos reais unem-se para oferecer novos caminhos para alcançar os utilizadores".
Shtruzman conta-nos que o sistema já está a trabalhar em várias plataformas mas que será lançado comercialmente algures no início do próximo ano. Questionado sobre a reacção do consumidor, Alon diz: "Ainda não o comercializamos mas os ensaios e ‘shows' pilotos mostram um grande potencial".
O MERCADO DOS VIDEOJOGOS
Para os editores de jogos de vídeo, o Playcast representa uma resposta às suas preces. Ao contrário dos filmes, da televisão e da música, estes editores têm imensa dificuldade em diversificar e rentabilizar os jogos fora do modelo de negócio básico. Eles lançam um jogo ao um preço entre 50 e 60 euros e a maioria do retorno vem nas primeiras semanas. Depois disso começam os descontos até desaparecerem das prateleiras de promoções. Isto significa que no caso destes editores não conseguirem uma venda massiva do jogo na primeira semana, geralmente graças a campanhas de marketing muito caras, o título pode ser considerado uma flop comercial, desencorajando o risco de investimento. Para agravar o problema, a percepção que os utilizadores têm do valor da media hoje faz com que os editores procurem uma solução de menor custo para a divulgação do produto. Este é o motivo porque sistemas como o Playcast são tão apelativos para os editores.
O OnLive e Gaikai são os rivais directos do Playcast. Ambos competem para serem o primeiro serviço de jogos on-demand. Embora as suas tecnologias ainda não estejam completamente provadas e os seus modelos de negócio não testados, o que oferecem é muito apelativo. Tanto ao jogador como ao editor do jogo. A Playcast fala de uma qualidade estilo Sky Movies Premiere, onde poderá usufruir dos jogos poucos meses depois de estes serem lançados. O facto do sistema oferecer aos editores e criadores a distribuição através de um canal de televisão directo faz com que o Playcast seja o sistema mais forte dentro do segmento.
"Centenas de milhões de transacções de vídeo on-demand são feitas todos os dias, portanto, o potencial de trazer este volume de negócios para as editoras e de lhes permitir tirar partido dos seus catálogos é muito significativo", explicou Shtruzman.
O INíCIO
O primeiro país a experimentar o sistema Playcast será Israel. O lançamento é esperado para Janeiro ou Fevereiro de 2010, através do provedor de tv cabo. Seguem-se Reino Unido e Espanha para o fim de 2010. Russel Barash, o director da Playcast no Reino Unido, diz que a empresa pretende oferecer o serviço no mesmo modelo de ‘pay-per-view'. "No lançamento, vamos oferecer um mix entre 15 e 20 jogos desenhados para apelar a todos os gostos, desde os enigmas e quebra-cabeças mais simples aos mais complexos jogos como ‘Call of Duty'. Queremos lançar um pacote de jogos que apele a inscrever-se como faria para um canal de filmes".
Apesar de não ser imediato e de, tal como para os filmes, ser preciso aguardar uns meses para ter acesso aos títulos mais recentes, a Sony e a Microsoft podem sair muito afectadas desta ‘batalha'. "Podemos estar a observar a última geração de consolas de jogo separadas", afirma Shtruzman.
NINTENDO_Wii
Mas porque não estará a Nintendo neste rol? Talvez porque, antecipando este movimento na luta pelo domínio dos videojogos, a empresa se tenha adiantado e esteja a preparar o seu próprio canal: o Wii-No-Ma.
Quando questionado sobre o impacto do Playcast na Nintendo, Nelson Calvinho, relações públicas da empresa, preferiu não comentar. "É um produto que ainda não vimos, portanto não podemos garantir até que ponto o sistema PlayCast, e outros semelhantes que têm sido anunciados, vão ter impacto na indústria e nas vidas dos jogadores. Estamos certos de que a indústria quer saber mais detalhes sobre os custos mensais e desempenho real do serviço, a forma de controlo dos videojogos e, mais importante, o número e qualidade dos jogos disponibilizados - especialmente saber mais sobre os jogos exclusivos que irá apresentar". O relações públicas explica ainda que a Nintendo, enquanto empresa que tem contribuído para a expansão da população de jogadores em todo o mundo, dá as boas-vindas a todas as iniciativas que aumentem a profundidade e a demografia da indústria. Mas realça que, "ao eliminar as dezenas de milhões de lares que ainda não possuem acesso à banda larga, é difícil ver como é que este serviço pode ajudar a alargar o acesso aos videojogos".
Sobre o novo canal, Nelson Cravinho explica que este é "um serviço de distribuição de vídeo para consolas Wii ligadas online. Actualmente só está disponível no Japão, não existindo de momento nenhum plano de o lançar em Portugal". O canal será visível por todos aqueles que tenham uma consola Wii e ligação à Internet e terá conteúdos para toda a família. Desenhos animados, ‘brain-training', ‘quizzes', culinária, programas educacionais e de estilo de vida serão apenas alguns dos conteúdos disponíveis. Todos produzidos exclusivamente para a Nintendo.
Já vimos que uma consola com movimento sensorial remoto faz o delírio das massas. O mesmo pode acontecer com o Playcast. Qualquer pessoa que use IPTV/Cabo e que queira aceder ao seu jogo favorito vai ter uma solução substancialmente mais barata do que comprar uma nova consola. Resta agora apenas saber se os jogadores vão prescindir de terem os jogos originais só para si na sua videoteca pessoal ou abraçar a ideia de pagarem uma subscrição para não terem nada em concreto.
http://economico.sapo.pt/noticias/playstation-e-xbox-em-risco-de-extincao_76209.html
As consolas de videojogos enfrentam, pela primeira vez, uma ameaça real de substituição. Pior que isso, por um sistema bem mais simples, mais prático e mais barato.
Todos os anos por esta altura, saem milhares de unidades das estantes das lojas direitinhas para debaixo da árvore. Este ano não será excepção e não é preciso pertencer ao ‘staff' do Pai Natal para adivinhar que esta é uma das prendas mais vezes inscrita nas listas de pedidos da época. Mas pode não ser assim por muito mais tempo e talvez seja esta a altura certa para começar a ponderar melhor o investimento. É que dentro em breve, as consolas, tal como as conhecemos, ameaçam tornar-se obsoletas. Um novo sistema ‘on-demand' vai permitir-lhe estar na sua sala, escolher o jogo que quiser, de qualquer consola, sem que para isso precise de mais do que um comando e um canal de televisão. Esta será a forma mais fácil, barata e diversificada de aceder aos jogos favoritos com o menor esforço possível. Acabou o botão On/Off.
O sistema Playcast é um novo avanço tecnológico que combina a conveniência do Vídeo on Demand e uma nova geração de jogabilidade difundida por cabo ou IPTV (Internet Protocol Television). Este sistema permite jogar sem o auxílio de uma consola ou a necessidade de comprar, fisicamente, os jogos.
"Precisamos ter em mente que, para o utilizador, é algo totalmente novo. Imagine assistir a um jogo de futebol num canal desportivo por cabo e ser capaz de desencadear uma versão de FIFA ou Pro Evolution Soccer com as mesmas equipas, com o toque de um botão. Com o nosso serviço livre de consolas e modelos de preços de custo eficaz, o nosso público-alvo vai muito além de todos os ‘hard-core gamers'", explica Alon Shtruzman, presidente de Media da Playcast.
A Playcast é empresa de capital de risco sediada no Reino Unido e em Israel. Shtruzman explica que o sistema vai oferecer uma selecção de jogos de vídeo das principais editoras como um canal de assinatura. "Vemo-nos como uma operação de televisão paga, em colaboração com companhias como a Virgin, a Sky, a BT no Reino Unido e a Cablevision na América, oferecendo jogos de vídeo on-demand, como parte do mix da televisão. O portal de jogos vai aparecer como um canal no EPG (electronic programme guide)". Alon revela que "qualquer jogo pode ser acedido através do Playcast. Uma vez que é baseado em vídeo podemos transmitir os mais avançados e pesados jogos, incluindo os títulos mais recentes".
Ao que parece tudo o que necessita é de um comando. O Playcast anuncia-se como uma tecnologia para jogar sem ter uma Playstation 3 ou Xbox 360. Não necessita descarregar os jogos como no serviço da GameTap, Steam ou Xbox Live. O servidor da Playcast converte, codifica e transmite jogos de alta gama em tempo real com fluxo MPEG (transmissões contínuas).
O maior problema técnico de jogos em ‘streaming' deve-se à latência, ou seja, o atraso entre premir um botão de um controlo remoto e algo acontecer no ecrã. Se estivermos a ver um filme, meio segundo pode ser aceitável mas nunca quando jogamos um jogo. O Playcast apregoa ter ultrapassado essa barreira utilizando algoritmos patenteados pela própria empresa, que reduzem drasticamente a latência inerente, mantendo a qualidade do vídeo semelhante às consolas e a formação de um padrão de transmissão contínua de MPEG e bitrates. "O Playcast representa um salto quântico para jogos on demand", diz Guy De Beer, CEO da empresa. "Enquanto os sistemas de televisão por cabo oferecem actualmente, na melhor das hipóteses, apenas jogos rudimentares, o Playcast marca o início de uma nova geração de distribuição de jogo. Finalmente, o espaço de televisão e jogos reais unem-se para oferecer novos caminhos para alcançar os utilizadores".
Shtruzman conta-nos que o sistema já está a trabalhar em várias plataformas mas que será lançado comercialmente algures no início do próximo ano. Questionado sobre a reacção do consumidor, Alon diz: "Ainda não o comercializamos mas os ensaios e ‘shows' pilotos mostram um grande potencial".
O MERCADO DOS VIDEOJOGOS
Para os editores de jogos de vídeo, o Playcast representa uma resposta às suas preces. Ao contrário dos filmes, da televisão e da música, estes editores têm imensa dificuldade em diversificar e rentabilizar os jogos fora do modelo de negócio básico. Eles lançam um jogo ao um preço entre 50 e 60 euros e a maioria do retorno vem nas primeiras semanas. Depois disso começam os descontos até desaparecerem das prateleiras de promoções. Isto significa que no caso destes editores não conseguirem uma venda massiva do jogo na primeira semana, geralmente graças a campanhas de marketing muito caras, o título pode ser considerado uma flop comercial, desencorajando o risco de investimento. Para agravar o problema, a percepção que os utilizadores têm do valor da media hoje faz com que os editores procurem uma solução de menor custo para a divulgação do produto. Este é o motivo porque sistemas como o Playcast são tão apelativos para os editores.
O OnLive e Gaikai são os rivais directos do Playcast. Ambos competem para serem o primeiro serviço de jogos on-demand. Embora as suas tecnologias ainda não estejam completamente provadas e os seus modelos de negócio não testados, o que oferecem é muito apelativo. Tanto ao jogador como ao editor do jogo. A Playcast fala de uma qualidade estilo Sky Movies Premiere, onde poderá usufruir dos jogos poucos meses depois de estes serem lançados. O facto do sistema oferecer aos editores e criadores a distribuição através de um canal de televisão directo faz com que o Playcast seja o sistema mais forte dentro do segmento.
"Centenas de milhões de transacções de vídeo on-demand são feitas todos os dias, portanto, o potencial de trazer este volume de negócios para as editoras e de lhes permitir tirar partido dos seus catálogos é muito significativo", explicou Shtruzman.
O INíCIO
O primeiro país a experimentar o sistema Playcast será Israel. O lançamento é esperado para Janeiro ou Fevereiro de 2010, através do provedor de tv cabo. Seguem-se Reino Unido e Espanha para o fim de 2010. Russel Barash, o director da Playcast no Reino Unido, diz que a empresa pretende oferecer o serviço no mesmo modelo de ‘pay-per-view'. "No lançamento, vamos oferecer um mix entre 15 e 20 jogos desenhados para apelar a todos os gostos, desde os enigmas e quebra-cabeças mais simples aos mais complexos jogos como ‘Call of Duty'. Queremos lançar um pacote de jogos que apele a inscrever-se como faria para um canal de filmes".
Apesar de não ser imediato e de, tal como para os filmes, ser preciso aguardar uns meses para ter acesso aos títulos mais recentes, a Sony e a Microsoft podem sair muito afectadas desta ‘batalha'. "Podemos estar a observar a última geração de consolas de jogo separadas", afirma Shtruzman.
NINTENDO_Wii
Mas porque não estará a Nintendo neste rol? Talvez porque, antecipando este movimento na luta pelo domínio dos videojogos, a empresa se tenha adiantado e esteja a preparar o seu próprio canal: o Wii-No-Ma.
Quando questionado sobre o impacto do Playcast na Nintendo, Nelson Calvinho, relações públicas da empresa, preferiu não comentar. "É um produto que ainda não vimos, portanto não podemos garantir até que ponto o sistema PlayCast, e outros semelhantes que têm sido anunciados, vão ter impacto na indústria e nas vidas dos jogadores. Estamos certos de que a indústria quer saber mais detalhes sobre os custos mensais e desempenho real do serviço, a forma de controlo dos videojogos e, mais importante, o número e qualidade dos jogos disponibilizados - especialmente saber mais sobre os jogos exclusivos que irá apresentar". O relações públicas explica ainda que a Nintendo, enquanto empresa que tem contribuído para a expansão da população de jogadores em todo o mundo, dá as boas-vindas a todas as iniciativas que aumentem a profundidade e a demografia da indústria. Mas realça que, "ao eliminar as dezenas de milhões de lares que ainda não possuem acesso à banda larga, é difícil ver como é que este serviço pode ajudar a alargar o acesso aos videojogos".
Sobre o novo canal, Nelson Cravinho explica que este é "um serviço de distribuição de vídeo para consolas Wii ligadas online. Actualmente só está disponível no Japão, não existindo de momento nenhum plano de o lançar em Portugal". O canal será visível por todos aqueles que tenham uma consola Wii e ligação à Internet e terá conteúdos para toda a família. Desenhos animados, ‘brain-training', ‘quizzes', culinária, programas educacionais e de estilo de vida serão apenas alguns dos conteúdos disponíveis. Todos produzidos exclusivamente para a Nintendo.
Já vimos que uma consola com movimento sensorial remoto faz o delírio das massas. O mesmo pode acontecer com o Playcast. Qualquer pessoa que use IPTV/Cabo e que queira aceder ao seu jogo favorito vai ter uma solução substancialmente mais barata do que comprar uma nova consola. Resta agora apenas saber se os jogadores vão prescindir de terem os jogos originais só para si na sua videoteca pessoal ou abraçar a ideia de pagarem uma subscrição para não terem nada em concreto.
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